A construção de um bom violino requer por parte do construtor muita arte, precisão e persistência, pois o instrumento é inteiramente feito à mão.
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Depois de vários processos de labuta, desde a escolha da madeira ao envernizamento, que podem durar vários meses, o produto final surge e o instrumento passa a emitir o som brilhante e cristalino do violino.
Escolha dos materiais
As madeiras tradicionalmente empregues para a construção do violino são o bordo e o sicômoro.
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A variedade de bordo usada é o Ácer Pseudoplatanus e o Ácer Platanoides.
Os abetos mais utilizados para os tampos superiores dos instrumentos de corda são o Picea abies ou o Picea excelsa, as árvores de natal comuns. Diz-se porém que as melhores madeiras para construir um violino são aquelas que cresceram a grandes altitudes e sofreram ásperas condições metereológicas, vivendo em solo pouco fértil.
Normalmente 8 a 10 anos é considerado o período necessário para a madeira se tornar própria para a construção do violino, pois se este período for diminuído consideravelmente, a madeira do instrumento poderá distorcer e rachar com mais facilidade.
Forma do corpo
O contorno dos tampos é então marcado por um escantilhão e é cortado cuidadosamente com uma serra fina.
É dada uma primeira forma ao tampo com o formão.
Depois o construtor utiliza as plainas (têm o tamanho do polegar!) para aperfeiçoar a forma do corpo do violino.
O centro de cada tampo é ligeiramente escavado, tendo pois uma leve inclinação.
Esta arte de construir violinos exige muita perícia, já que a menor variação nas dimensões desejadas afectará irreversivelmente o som.
Aperfeiçoamento do corpo
Após o tampo ficar liso, uma ferramenta cava um pequeno sulco por volta da madeira.
São então embutidas as filetes, que além de um elemento decorativo, ajudam a evitar rachas na madeira. Os tampos tem uma grossura mais ou menos uniforme de 3mm.
lhargas
As ilhargas separam o tampo superior do inferior. Têm também a função de transmitir as vibrações entre os tampos do instrumento. Auxiliadas por blocos de madeira colocados no interior do instrumento, como estrutura de reforço, as ilhargas (feitas a partir de tiras de ácer ou sicômoro) são aquecidas por um ferro curvo a alta temperatura, de modo a torná-las flexíveis. São então coladas à estrutura do violino, e segue-se o tampo superior.
Ouvidos em forma de ‘f’
Os ouvidos têm uma grande influência no timbre do violino. Comunicam o ar e as vibrações dentro do corpo do instrumento para o exterior. Além disso, afectam a flexibilidade do tampo superior e como conseqüência os seus padrões de vibração.
São cortados com uma pequena e afiada serra, e depois acabada com navalha pontiaguda como mostra nas imagens abaixo:
Acabamento
Uma barra de madeira é colada por baixo do tampo superior, ao longo da superfície interior.
A barra harmónica tem como principal função transmitir as vibrações a todo o corpo do violino, a partir do cavalete.
Ao corpo acabado do instrumento é colado o braço (que é feito de um bloco de ácer esculpido).
Envernizamento
O processo de envernizamento tem basicamente duas funções: uma delas é permear a madeira com uma substância capaz de protegê-la do suor e sujidade. A outra é simplesmente estética.
O verniz é elaborado através de vários pigmentos. Quando o corpo e o braço estão colados, o construtor dá várias demãos em num período de c. 5/6 meses.
O instrumento é posto a secar, e só passado certa altura se poderá dar nova demão.
Montagem das peças
Várias peças são colocadas nesta altura, como o estandarte, o cavalete, o ponto, as cordas, as cravelhas.
A alma é colocada meticulosamente entre os dois tampos, de modo a propagar o som e vibrações para as costas. O cavalete, além de suportar as cordas, permite a transmissão do som para o corpo do violino.